RÁDIO NACIONAL : 80 ANOS EM 2016 - ONDE FOI PARAR A ALEGRIA DO POVO ?
Ninguém melhor do que o jornalista Sérgio Cabral, para contar a história da Rádio Nacional, com tantos detalhes importantes, e aqui reproduzo a matéria feita por ele para a Revista Realidade em 1972. Salve !!! (Dimas Oliveira Junior)
Uma estação de rádio, com um
elenco maior do que o de qualquer emissora de televisão no Brasil. Você tem
mais de 25 anos ? Então ela faz parte de sua vida
Sérgio Cabral
Extraído da revista Realidade, n. 75
São Paulo, Abril, junho de 1972
Praça Mauá, nº 7, Rio de Janeiro. Sábado, 14h 58. Dentro de dois minutos
estará no ar o maior programa de todos os tempos do rádio brasileiro. A Rádio
Nacional transmite alguns anúncios, depois de ter apresentado o Consultório
Sentimental, de Helena Sangirardi, e a reprise do Balança,
Mas Não Cai, cuja audiência de 35 pontos no Ibope é incrível, tendo
em vista que o programa foi apresentado ontem à noite.
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Emilinha Borba, a Rainha da Rádio Nacional com o Apresentador César de Alencar - 1953 |
O auditório de pouco mais de seiscentos lugares está superlotado. No
mínimo, umas mil pessoas aguardam ansiosas o início do programa. Seu
apresentador e principal responsável, César de Alencar, acerta com um dos
produtores, Hélio do Soveral, os últimos detalhes para que tudo ocorra bem. A
orquestra, com os integrantes todos sentados e o maestro Chiquinho, com seu
enorme lenço no bolsinho de cima do paletó, preparado para comandar os
primeiros acordes do prefixo do Programa César de Alencar. No ar, o
último jingle comercial: é a valsa do Phimatosan, composta por
Lourival Marques, que retirou a melodia de uma música européia do século
passado (séc. XIX). O operador acende a luz vermelha indicando que, dentro de
quinze segundos, estará no ar o Programa César de Alencar. Milhões de
aparelhos de rádio, em todas as cidades brasileiras, do Amazonas ao Rio Grande
do Sul, estão ligadas, oferecendo uma audiência esmagadora. Aliás, o ponteiro
desses aparelhos poucas vezes sai da Rádio Nacional.
Hoje também é dia do jogo Vasco e Flamengo, o clássico dos milhões,
reunindo as duas maiores torcidas cariocas no estádio do Maracanã. Todas as
estações de rádio do Rio de Janeiro, até algumas de outros Estados, estão no
Maracanã, para transmitir a partida. Menos a Rádio Nacional, líder também de
audiência na transmissão esportiva: sábado à tarde, pode haver jogo da Seleção
Brasileira, que a Nacional não deixa de transmitir o Programa
César de Alencar.
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Primeiro Auditório da Rádio Nacional do Rio de Janeiro |
ESTA CANÇÃO
NASCEU
PARA QUEM QUISER CANTAR
ATÉ
CANSAR
É
SÓ BATER
E
DECORAR
PARA
RECORDAR
VOU
REPETIR O SEU REFRÃO
PREPARE
A MÃO
MAIS
UMA VEZ
ESTE
PROGRAMA PERTENCE A VOCÊS
"Alô, alô, alô. Boa tarde, ouvintes; boa tarde, auditório. Agradeço
a sua presença no auditório, sem a qual não faria nem a metade de nosso
programa. A primeira parte do Programa César de Alencar é aquela que
leva a chancela das meias Dixon - conforto e durabilidade. Fabricada em Juiz de
Fora, porem à venda em todo o Brasil. Para abrir a parte musical, aí veio a
mais recente contratação da Rádio Nacional: Jorge Veiga!"
O sambista surge com seu terno branco de linho S-120, sapatos de verniz,
em meio a uma impressionante gritaria do auditório. E, como de hábito, antes de
cantar a sua música, dirige-se aos aviadores:
- Alô, alô, aviadores do Brasil. Aqui fala Jorge Veiga, da Rádio
Nacional. Queiram dar os seus prefixos para guia das nossas aeronaves.
Uma fortaleza voadora da Força Aérea Brasileira, com catorze pessoas a
bordo, depois de atravessar a selva amazônica, tentava pousar no aeroporto de
Campo Grande (Mato Grosso*), que estava inteiramente às escuras. Eram 11h15 da
noite, quando seu comandante conseguiu comunicar-se com a Base Aérea de Santa
Cruz, no Rio de Janeiro, à qual transmitiu o drama que estava vivendo. Um dos
oficiais da Base, que recebeu a comunicação, telefonou imediatamente para a
Rádio Nacional e, minutos depois, um locutor transmitia uma mensagem para Campo
Grande, uma cidade distante 2000 quilômetros do Rio de Janeiro: "Atenção,
Campo Grande; atenção, Campo Grande, em Mato Grosso. Uma fortaleza voadora da
FAB precisa aterrar. O campo de pouso está às escuras. Atenção, Campo Grande,
Mato Grosso". Às 23h45, o avião pousava no aeroporto iluminado pelos
faróis de dezenas de automóveis que ouviram o apelo da Rádio Nacional.
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Cast Artistico da Rádio Nacional, entre eles : Arnaldo Amaral, Yara Salles e Emilinha Borba. |
César de Alencar. Calça azul-marinha, blusão branco, sorridente,
comandando uma equipe de quase duzentas pessoas, entre cantores, músicos,
locutores, contra-regras, operadores, radiatores. O seu programa acaba de
comemorar o décimo aniversário numa festa no estádio do Maracanãzinho, com um
público de mais de 20.000 espectadores. Cearense, começou a sua carreira sob a
orientação de Renato Murce, seu colega de emissora e responsável pelos
programas Papel Carbono e Piadas do Manduca. Além de César,
Renato foi quem iniciou a carreira de radialistas como Ari Barroso, Ismênia dos
Santos, Saint Clair Lopes, Luiz Gonzaga, Araci de Almeida, Barbosa Júnior, Dilermando
Reis. Do seu Papel Carbono, programa de calouros, saíram: José
Vasconcelos, Os Cariocas, Ângela Maria, Rogéria (**), Carlos Augusto, Venílton
Santos, Claudete Soares, Ivon Curi, Dóris Monteiro, Alaíde Costa, Elen de Lima,
Baden Powell, Dolores Duran e Chico Anísio.
"Ladrão, ladrãozinho, devolva a minha medalha e fique com o resto
de jóias e com o dinheiro. Prometo que nada lhe farei".
O ladrão Waldemar de Oliveira, que havia roubado uma pulseira, um
relógio cravejado de brilhantes, uma medalha e algum dinheiro, ouviu no Programa
César de Alencar o apelo de sua vítima, a cantora Rogéria, e
compareceu ao Distrito Policial para devolver o roubo. Ela fazia questão da
medalha de ouro, porque a recebera de presente de uma pessoa que tivera o
cuidado de colocar na jóia a seguinte frase: "Um dia, quem sabe?"
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A Cantora Rogéria. |
A Nacional continua disparada na liderança de audiência. É ouvida por
todos, até pelos ladrões, apesar as previsões de um astrólogo, o professor
William Ramayana (o atual homem dos júris de televisão, José Fernandes), para a
revista Radiolândia, de que a emissora teria um ano terrível, pois,
além de sofrer um incêndio, a Rádio Mayrink Veiga lhe passaria à frente. No
entanto, mesmo se levando em conta os aparelhos desligados, o Ibope acusa: 42.5
para a Nacional; 10.5 para a Tupi; 8 para a Tamoio e 7 para a Mayrink Veiga.
- E agora, todos de pé: aí vem Caubi Peixoto!
FOTÓGRAFOS CERCAM CAUBI MAS NÃO FOTOGRAFAM
O auditório entra em delírio. Os ouvintes quase não percebem que Caubi
está cantando uma versão de Blue Gardenia porque o barulho da
platéia é maior do que o da sua voz. Ele agradece jogando beijos, enquanto
algumas fãs sobem ao palco e lhe colocam faixas.
Em março de 1949, Babi de Oliveira, produtora do programa A Hora do
Comerciário, da Rádio Mauá, dava uma entrevista à Revista
do Rádio sobre os novos valores que surgiram em seu programa e
chamava atenção particularmente para um cantor: "Temos um rapaz, ótimo
cantor de sambas que assegura seu êxito em qualquer dos nossos estúdios".
O rapaz era Caubi Peixoto, que só cinco anos depois "asseguraria seu
êxito", graças a um espetacular lançamento através da Rádio Nacional,
planejado pelo compositor Di Veras, seu primeiro empresário. Algumas
apresentações no Programa César de Alencar foram
suficientes para que se transformasse num dos maiores ídolos populares. Os
cronistas de rádio o escolheram como a Revelação de 1954 e neste ano já era uma
das atrações mais caras do rádio brasileiro: CR$ 50.000,00 por apresentação.
As cartas confirmam a sua popularidade. Em junho de 1954, recebera 2245
correspondências, perdendo apenas para Emilinha Borba (2995), mas vencendo
Marlene (2223). Em agosto, porém, alcançou o primeiro lugar com 3052 cartas,
contra 2544 para Emilinha Borba e 2325 para Marlene.
É o resultado do primeiro trabalho de um empresário nos termos
americanos. Di Veras havia lido nas revistas algumas coisas sobre os métodos de
lançamento de Frank Sinatra, Dick Haynes e outros cantores dos Estados Unidos e
resolveu aplicá-los no Brasil. Pagou a algumas fãs para desmaiarem no auditório
e contratou uma equipe de fotógrafos profissionais para acompanhar Caubi
Peixoto em todos os lugares onde cantasse. Não precisava fotografar, bastava
espoucar o flash. Ficou tão animado com a experiência, que decidiu
repeti-la no próprio país onde aprendera o método, os Estados Unidos. E para lá
foi com Caubi. De lá enviava fotografias do cantor ao lado de artistas famosos
de cinema e a primeira página de jornais com o nome de Caubi na manchete.
aliás, já não era mais Caubi e sim Ron Cobby, pois Peixoto era difícil para os
americanos pronunciarem. Só que os jornais não eram os verdadeiros, mas aqueles
destinados principalmente a turistas que pagam uma pequena importância e lhes
dão a primeira página de um jornal com seus nomes na manchete. Além disso, a Revista
do Rádio e Radiolândia eram informadas de que
Caubi fazia grande sucesso nos Estados Unidos, onde contratos milionários lhe
eram oferecidos.
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Caubi Peixoto e Fãs na Rádio Nacional |
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Caubi Peixoto e fãs |
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Caubi Peixoto |
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Caubi Peixoto em foto promocional : Anos 50 |
A CRIANÇA CHOROU
DORME,
DORME, MENINA,
TUDO
CALMO FICOU
MAMÃE
TEM AURISSEDINA
O locutor Afrânio Rodrigues, o "Touca de Aço", lê um comercial
e o microfone é novamente entregue a César de Alencar, que anuncia Gregório
Barrias, cujos boleros são vendidos aos milhões no Brasil. É mais uma atração
internacional apresentada no programa. Aliás, não há cantor estrangeiro que
venha ao Brasil e deixe de comparecer ao programa. Só houve um caso: Jacqueline
François, que concordou somente em cantar no estúdio. Apesar disso, numa
sexta-feira à noite, o auditório foi aberto para ela, que receberia inclusive
uma homenagem. A cantora Marlene lhe entregaria orquídeas depois de fazer a
seguinte saudação: Jacqueline: ofereço-lhe estas flores em nome da direção da
Rádio Nacional e de seus artistas. São flores que traduzem a nossa imensa
alegria e a honra de vê-la cantando aqui - você que é a gloriosa expressão da
música francesa. Vive La Frange". Não houve nada disso, Jacqueline cantou
mesmo no estúdio e o público presente a via apenas pelo vidro (ela de costas
para a platéia).
A Rádio Nacional e o patrocinador dos programas de Jacqueline, o
incorporador de imóveis Santos Vahlis, cancelaram imediatamente o seu contrato,
por causa da atitude da cantora. A questão repercutiu nos jornais e alguns
colunistas deram razão a Jacqueline, pois não tinha nada que cantar para o que
chamavam de "macacas de auditório". A Revista do Rádio
defendeu a Nacional, o mesmo acontecendo com a Radiolândia,
que, em editorial, afirmou que o público era seleto e enobrecia qualquer
ambiente, "mesmo porque o público que comparece às sextas-feiras na
Nacional é variado e distinto".
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Marlene e Manoel Barcelos |
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Linda Batista, Marlene e Emilinha Borba |
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Marlene, Angela Maria e Manoel Barcelos |
- E agora, a cantora que canta e dança diferente: Marlene!
Segundo um antigo funcionário da Nacional, a sociedade brasileira está
dividida em emilinistas e marlenistas. É impressionante a popularidade dessas
cantoras. Radiolândia foi ver quem é a mais popular no Congresso e o
resultado foi o seguinte: marlenistas, os deputados Manuel
Barbuda, Benjamim Farah e Novais Filho, além do senador Juraci Magalhães;
emilinista, apenas o senador socialista Domingos Velasco; votaram nas duas os
deputados Frota Aguiar, Carlos Lacerda,
Dalton Coelho, Nestor Duarte, Afonso Arinos e os senadores Apolônio Sales e
Kerginaldo Cavalcanti.
Marlene - Quatro horas
da manhã
Sai de casa o Zé Marmita
Pendurado na porta do trem
Zé Marmita vai e vem
Breque
do auditório - Marlene é a maior.
Embora cantando com grande sucesso no Programa César de Alencar, o forte de
Marlene é Programa Manoel Barcelos, às quintas-feiras. Ficou mais ou
menos estabelecido que um seria para Emilinha e outro para Marlene, uma cantora
que começou a enfrentar a liderança de sua rival ganhando o título de Rainha do
Rádio, em 1949, com 529982 votos, custando CR$ 1, 00 cada um. É verdade que
contou com o apoio da Companhia Antarctica Paulista(***), que lançava na época
o guaraná Caçula.
A Rainha do Rádio seguinte foi Dalva de Oliveira. Até 1950, era uma
cantora razoavelmente conhecida, sem muita penetração popular. Mas o
espetacular rompimento com seu marido, Herivelto Martins, fez com que ela não
cantasse mais no Trio de Ouro, do qual Herivelto era o líder, mas sozinha. E
mais: as suas músicas, com letras alusivas à separação, comovem os fãs e suas
apresentações no Programa César de Alencar passam a ser
tão barulhentas quanto as de Emilinha e Marlene. Enquanto Herivelto Martins é
vaiado no Teatro João Caetano, as músicas de Dalva de Oliveira estouram nas
paradas de sucesso, num recorde dificilmente igualado na história de nossa
música popular:
"Primeiro lugar, Tudo Acabado;
segundo lugar, Errei, Sim;
terceiro lugar, Que Será"
Todas as três gravadas por Dalva de Oliveira, que acabou sendo eleita
Rainha do Rádio com 311107 votos.
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A Rainha da Voz : Dalva de Oliveira |
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Sua Majestade, a Rainha Dalva de Oliveira |
Em 1951 não houve Rainha, mas em 1952 venceu Mary Gonçalves, uma cantora
paulista contratada pela Nacional e que aparecia muito nos filmes da Atlântida;
em 1953 com mais de 1 milhão de votos, a Rainha foi Emilinha Borba (o resultado
financeiro do concurso era aplicado na construção do Hospital dos Radialistas,
sob a responsabilidade da Associação Brasileira de Rádio). 1954 foi o ano de
Ângela Maria: Rainha do Rádio, foi eleita a melhor cantora do ano pela crítica
e ganhou o título de Rainha dos Músicos do Brasil; em 1955, a Rainha foi Vera
Lúcia e, em 1956, Dóris Monteiro.
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Angela Maria, Marlene, Emilinha Borba e Adelaide Chiozzo |
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Coroação de Emilinha Borba por Mary Gonçalves - 1953 |
DORES? GUARAÍNA CORTA A DOR
E
NÃO ATACA O CORAÇÃO
O Programa César de Alencar prossegue. Apesar do grande
sucesso, seu apresentador ainda não está satisfeito, pois seu velho sonho de
ser diretor da Rádio Nacional ainda não foi concretizado. Numa mudança de
governo, quem sabe? Agora, porém, ele está concentrado no programa. E anuncia
uma bela cantora que a Nacional foi buscar em Lisboa: Ester de Abreu.
Ester está com muito prestígio. O prefeito da cidade do Rio de Janeiro,
general Dulcídio do Espírito Santo Cardoso, apaixonou-se por ela e ficaram
noivos. O pessoal todo da Nacional compareceu à festa do noivado com muitos
presentes. O produtor Paulo Roberto (programas: Gente que Brilha, Lira de
Xopotó, Honra ao Mérito, Obrigado, Doutor, Nada Além de Dois Minutos)
fez um discurso em nome dos colegas da emissora. O noivado durou dois anos,
depois dos quais o general casou com outra.
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César de Alencar e Linda e Dircinha Batista - Programa César de Alencar |
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Capa da Revista do Rádio |
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A simpatia e o carisma de César de Alencar |
César de Alencar quer diversificar o programa, introduzindo quadros
humorísticos. E chama Brandão Filho, Apolo Correia e Alcino Diniz para um sketch
escrito por Ghiaroni. Afinal, por que não aproveitar o setor de radioteatro da
Nacional? Agora mesmo, esse setor perdeu um de seus principais astros, o
radiator Rodolfo Mayer, mas o diretor do Departamento Artístico, Floriano
Faissal, não ficou muito preocupado, tal a quantidade de astros e estrelas que
permanecem na Rádio. Rodolfo Mayer foi para a Rádio Tupi em condições
consideradas astronômicas: CR$ 200.000,00 de luvas e salário mensal de CR$
60.000,00 por um período de dois anos. O Boletim da Nacional, distribuído à
imprensa, dá a informação da saída de Rodolfo com uma certa dose de
auto-suficiência: "Rodolfo Mayer sai da Nacional sem rancores nem
inimizades. Dá-se apenas que recebeu uma proposta irrecusável: a direção da
Nacional concordou em que ele fosse buscar aquela herança para voltar daqui a
dois anos".
Rodolfo era importante, mas como poderia sentir a sua saída uma emissora
que tem sob contrato radiatores como Álvaro Aguiar, Celso Guimarães, Domício Costa, Domingos Martins, Floriano
Faissal, Hemilson Fróes, Mário Lago, Paulo Gracindo e Roberto Faissal? Aliás, apesar
dos grandes programas musicais e de auditório, é nas novelas que a audiência
alcança índices impressionantes, como a das 8 horas da noite, que já deu 92
pontos no Ibope.
Homens de rádio da Europa e dos Estados Unidos que nos visitam saem
daqui dizendo que aprenderam conosco.
(Floriano Faissal)
A SONOPLASTIA SOFISTICADA
FAZ O OUVINTE VER AS NOVELAS
Além da equipe, o Departamento de Radioteatro da Nacional possui um
estúdio cheio de objetos os mais variados, destinados a produzir sons durante a
transmissão das novelas: portas de rua, de automóvel, de armário e de aço;
janelas de todos os tipos; portões de ferro, apitos de navio, de trem, de
lancha, de guarda de trânsito e de contramestre de veleiro; tábuas especiais
para tirar sons de passos leves, pesados, secos e retumbantes; escadas
rangentes, facas, espadas, bengalas, rodas de ferro, rodas de madeira que
imitam a cantilena dos carros de boi ou o som de um mastro de navio que se
quebra; louças, cristais, fichas de jogo, panos de seda, cascas de coco seco
que reproduzem ruídos de patas de cabalo; pios para imitar sapos e grilos;
ramos secos de coqueiro para dar idéia de folhagem; folhas de papel celofane
dentro de um saco (esfregado com a mão dá a impressão de um incêndio enorme);
pregos, serrotes, martelos, campainhas dos mais variados tipos, telefones, além
de um conjunto de madeira do qual se tira o som de soldados em marcha.
Há também o guarda-chuva que se abre e fecha dando o som do farfalhar de
um grande pássaro; comprimidos efervescentes dentro da água que dão a idéia de
milhares de formigas devorando uma pessoa. O som do tiro de revólver sai de uma
martelada numa espoleta.
Há de se considerar o talento dos radiatores e radiatrizes: no 22º
capítulo da novela Num Cantinho do Mundo, de Eurico Silva,
o diretor Floriano Faissal bateu palmas para a interpretação da radiatriz Ísis
de Oliveira (****). O operador acompanhou os aplausos e o público ouviu aquelas
palmas sem entender a razão.
- A cena era perigosíssima. Ísis teria que exagerar, mas não tanto que
caísse no ridículo. E ela foi na medida certa. (Floriano Faissal)
O radioteatro começou na Rádio Nacional três meses após a sua
inauguração, com a transmissão de diálogos humorísticos ou não, intercalando
números musicais. Isso foi em dezembro de 1936. Mas só a agosto de 1937 é que
estreou o Teatro em Casa, com a irradiação de peças completas. A
novela em capítulos teve início dia 5 de junho de 1941, às 10 e meia da manhã:
- Senhoras e senhoritas... o famoso Creme Dental Colgate apresenta... o
primeiro capítulo da empolgante novela de Leandro Blanco, em adaptação de
Gilberto Martins: Em Busca da Felicidade.
Os patrocinadores, para conquistarem ouvintes, prometeram fotografias
dos artistas e um álbum com o resumo do enredo para quem enviasse o pedido acompanhado
de um rótulo Colgate. No primeiro mês chegaram 48000 pedidos e os
patrocinadores tiveram que parar a promoção.
Em Busca da Felicidade durou dois anos e foi substituída por O Romance e Glória Marivel, do mesmo
autor. Depois vieram Predestinados, Fatalidade, Maldição, Renúncia,
foram aparecendo os autores brasileiros e a Nacional passou a transmitir
catorze novelas por dia.
ELA É LINDA
AAAAH
MAS
É NOIVA
OOOOH
USA
PONDS
AAAAN
César de Alencar está feliz. O maestro Radamés Gnatalli fez
especialmente para o seu programa um arranjo sobre músicas de Ari Barroso. O
próprio Radamés assume a orquestra como regente e, pela primeira vez, a platéia
faz silêncio.
Para o locutor Aurélio de Andrade, um dos fundadores da emissora, a
parte musical talvez seja o principal fator de sucesso da Rádio.
- Certas músicas gravadas com um pequeno acompanhamento são transmitidas
na Rádio com uma orquestra imensa e arranjos feitos pelos nossos melhores
maestros.
Os maestros: Radamés Gnatalli, Romeu Fossati, Severino Filho, Zimbres,
Lyrio Panicalli, Moacyr Santos, Eduardo Patané, Alberto Lazzoli, Gustavo de
Carvalho, Francisco Duarte (Chiquinho), Romeu Ghipsman, Leo Perachi, Alexandre Gnatalli, Ercole Vareto e Francisco Sergi.
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Praça Mauá, o endereço da alegria do Brasil : Rádio Nacional. |
A orquestra: 35 violinos, nove violas, seis violoncelos, nove
contrabaixos, sete flautas, quatro oboés, um corne inglês, três clarinetes,
dois clarones, dezessete saxofones, onze pistões, nove trombones, cinco
bateristas, cinco guitarras, quatro pianos, uma harpa, quatro trompas, uma
tuba, um bombardino, um acordeão e onze ritmistas. Há também dois conjuntos
regionais com um total de onze instrumentistas e solistas individuais:
Chiquinho (acordeão), Carolina Cardoso de Menezes (piano), Abel Ferreira
(clarinete e saxofone), Luperce Miranda (bandolim), Jacob Bittencourt
(bandolim) (*****), Luiz Americano (clarinete), Dilermando Reis (violão),
Carlos Matos (violão), Jorge Lenny (órgão) e Amirton Valim (piano).
Paulo Tapajós, diretor musical da Rádio, dispõe de todos esses recursos
para os grandes programas musicais, como Um Milhão de Melodias, Festivais GE, Cancioneiro
Royal, além dos especiais com os cantores da casa, como Orlando
Silva, Ivon Curi, Caubi Peixoto, Silvio Caldas e outros.
É verdade que, de vez em quando, a orquestra cresce sem muita
necessidade, como se verificou quando o sr. Café Filho assumiu a presidência da
República e nomeou o sr. Marcial Dias Pequeno para superintendente das Empresas
Incorporadas da União (às quais pertence a Rádio Nacional) e o jornalista Odylo
Costa, filho, para a direção da emissora. Circularam boatos de que a nova
direção faria cortes drásticos na Rádio, mas o sr. Marcial Dias Pequeno
desmentiu. Ou melhor: confirmou apenas duas demissões, a do famoso tenente
Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal do presidente Getúlio Vargas, e do
sr. Roberto Alves, também integrante da guarda, ambos envolvidos no atentado ao
sr. Carlos Lacerda, que resultou no
assassinato do major Rubem Vaz. Eram contratados como clarinetistas da
orquestra: Gregório ganhando CR$ 30.000,00 por mês e Roberto Alves, CR$
15.000,00, embora - segundo o sr. Marcial Dias Pequeno - não soubessem
"nem assobiar".
NA SUA CASA TEM BARATA?
NÃO
VOU LÁ
NA
SUA CASA TEM MOSQUITO?
NÃO
VOU LÁ
NA
SUA CASA TEM PULGA?
NÃO
VOU LÁ
PEÇO
LICENÇA PARA MANDAR
DETEFON
EM MEU LUGAR
A Rádio Nacional vive seus grandes dias. César de Alencar sonha em
dirigi-la para ter o prestígio de um Gilberto Andrade ou Vítor Costa. O
primeiro, seu diretor-geral de 1940-1946, além de ter dinamizado a programação,
aumentou a potência do transmissor de ondas médias, criou as ondas curtas,
instalou novos estúdios e contratou alguns dos principais astros da emissora. O
nome de Vítor Costa é mais ligado à parte comercial.
A prova do êxito do seu trabalho é a fortuna que fez com as comissões
das contas de publicidade que levou para a Nacional. Deixou-a em 1954 e comprou
a Rádio Mundial do Rio de Janeiro, a Nacional de São Paulo e outras do interior
do Brasil, fundando a Organização Vítor Costa. Deu o seu Cadillac "rabo de
peixe" e mais CR$ 900.000,00 em troca de um Rolls-Royce que pertenceu a
Getúlio Vargas, cujo preço é calculado em CR$ 2.000.000,00.
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As maiorais : Angela Maria, Emilinha Borba, Dircinha Batista, Marlene e Dalva de Oliveira |
A VOTAÇÃO PARA O CRAQUE ADEMIR
SÓ FOI MENOR QUE A DE JÂNIO
Milhares de cartas chegaram diariamente dirigidas a programas e a
artistas. Uma seção com seis funcionários cuida especialmente da
correspondência e, muitas vezes, tem que recorrer a funcionários de outros
setores, como ocorreu quando o programa No Mundo da Bola instituiu um concurso
para que o ouvinte dissesse qual o jogador de futebol de sua preferência,
enviando o nome do craque num envelope de Melhoral. O vencedor foi Ademir, do
Vasco da Gama e da Seleção Brasileira, com 5.304.935 votos. O total de
envelopes de Melhoral chegados à Nacional foi de 19.105.856. Em matéria de
eleição no Brasil, o jogador Ademir só perdeu, em quantidade de votos, para o
sr. Jânio Quadros.
O Instituto de Criminologia do Distrito Federal (+), dirigido pelo
famoso criminalista Roberto Lyra, acaba de diagnosticar uma nova doença, à qual
deu o nome de "doença do rádio". Justificativa: "Ao ouvirem
permanentemente o seu artista preferido, as mocinhas criam em suas mentes o
romance com que sonham. E como não conseguem, na maioria das vezes, atrair o
objeto de sua paixão, passam à fraude, ao artifício, às mistificações, donde as
denúncias caluniosas tão frequentes ultimamente no Rio de Janeiro".
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Cesar de Alencar e Dircinha Batista |
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Cesar de Alencar e Linda Batista |
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Linda Batista e Manoel Barcelos |
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Programa César de Alencar recebe Linda Batista |
Talvez o Instituto tenha razão. Afinal, vários cantores e radiatores têm
sido denunciados na imprensa como pais de filhos de fãs e alguns chegam até a
ser agredidos, como Ivon Curi, que teve o seu carro quebrado por uma admiradora
em apaixonada fúria.
A direção da Rádio Nacional, porém, não concordou com o diagnóstico do
Instituto de Criminologia e veio a público lembrando os programas culturais,
entre os quais o Grande Teatro De Millus, com a
transmissão de peças de Shakespeare, Gogol, Eugene O'Neill e Garcia Lorca,
radiofonizadas por Dias Gomes. E o Seu Criado, Obrigado, escrito por
Lourival Marques e apresentado por César Ladeira e Nilza Magrassi? Mais de
200.000 cartas por ano com perguntas sobre os assuntos para serem respondidas
às segundas, quartas e sextas à tarde, logo depois do Repórter
Esso, da Crônica da Cidade e da novela. Não pode
ser esquecido também o papel da Rádio Nacional durante a guerra, quando havia
um programa especialmente dirigido aos nossos soldados que lutavam na Itália.
Seus familiares enviavam as mensagens que desejassem, sem qualquer problema. Ou
melhor: havia um, a choradeira de todo mundo, inclusive dos produtores,
locutores e técnicos, como no dia em que uma menina disse ao pai pelo microfone
que fazia quinze anos naquele dia e que gostaria muito que ele estivesse
presente à festinha.
Uma emissora com nove diretores, 240 funcionários administrativos, dez
maestros, 33 locutores, 124 músicos, 55 radiatores, 39 radiatrizes, 52
cantores, 44 cantoras, dezoito produtores, um fotógrafo, treze informantes,
cinco repórteres, 24 redatores e quatro secretários de redação não poderia ser
apontada como causadora de doenças sociais. Além disso, quando há programas de
baixo nível, eles são imediatamente retirados do ar. O Acredite
Se Quiser (escrito pelo futuro membro da Academia Brasileira de
Letras, Raimundo Magalhães Júnior), cuja idéia era copiada do Incrível,
Fantástico, Extraordinário, de Almirante (++), contava casos de
aparição de fantasmas, o que, para a direção da rádio, era "prejudicial
aos ouvintes menos esclarecidos ou de mais acentuada instabilidade psíquica,
tornando-se, portanto, desaconselhável do ponto de vista da higiene
mental".
PASTINHAS VALDA,
PASTINHAS
VALDA,
EMILINHA
É A MAIOR
PASTINHAS
VALDA,
PASTINHAS
VALDA,
EMILINHA
É A MAIOR
César de Alencar - Está
no ar o big show Parada dos Maiorais. Veremos quais as
músicas e os intérpretes que estão galgando os degraus da fama.
O programa está chegando ao fim, César vai apresentando as músicas
colocadas na parada de sucesso e se prepara para anunciar Emilinha Borba, com a
qual encerrará o programa de quatro horas.
Num outro estúdio da Rádio, Jorge Curi e Antônio Cordeiro já sentados à
frente do microfone, prontos parai iniciarem mais um No Mundo
da Bola, através do qual os ouvintes saberão o resultado do jogo
entre Vasco da Gama e Flamengo. No auditório, César, Emilinha e o público
encerram a festa num barulho só.
CÉSAR HOJE (1972): PROGRAMAS DE TV,
AOS SÁBADOS À TARDE
Maio de 1964. Não existe mais o programa César de Alencar.
O seu apresentador fez tudo para ser diretor da Rádio Nacional e não conseguiu.
Gravou até os jingles de Miguel Gustavo para a campanha do sr. João
Goulart para vice-presidência da República ("Na hora de votar / Dona de
casa vai jangar / É Jango, é Jango / É João Goulart"), compareceu aos seus
comícios, mas, ao assumir a presidência (+++), seu candidato não lhe reconheceu
os esforços. Veio a Revolução de 1964 e César (junto com os locutores Hamilton Frazão
e Celso Teixeira) denunciou vários colegas como inimigos do novo regime e 36
foram demitidos. Mas não foi nomeado diretor e perdeu o programa.
Abril de 1972. Paulo Tapajós, ainda diretor musical da Nacional, entra
no banheiro da emissora e vê centenas de embrulhos amontoados uns sobre os
outros. Naquele dia, consultara o Boletim do Ibope e verificara que está
difícil para a Rádio subir do quarto lugar em que está colocada há muitos anos:
longe, muito longe da Globo, primeira colocada, e não faz qualquer ameaça à
Tupi, segundo lugar, ou à Mundial, terceiro. Fala-se até em fechamento da
Nacional, enquanto os funcionários mais antigos tratam da aposentadoria. Nem
mesmo as obras e o serviço de limpeza dão ânimo ao pessoal. Desapareceram as
teias de aranha, as rachaduras na parede, mas os ouvintes se esqueceram dos
programas da Nacional.
Tapajós, há mais de trinta anos trabalhando na mesma emissora, mete o
dedo num dos embrulhos e rasga o papel. Olha e vê que dentro deles há discos de
acetato. Sendo diretor musical da Rádio, quer saber que discos são aqueles. E
viu: gravações dos programas Gente Que Brilha, Tancredo e Trancado, A Hora do
Pato, Festivais GE, Programa César de Alencar e outros, jogados num
canto do banheiro, respingados de urina.
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Nora Ney |
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Paulo Gracindo com Pablito Calvo |
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Trio de Ouro, Dolores Duran, Mary Gonçalves, Emilinha Borba |
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Dircinha Batista |
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Inauguração da Rádio Nacional |
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Heleninha Costa |
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Orlando Silva |
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Orlando Silva |
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Orlando Silva |
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Orlando Silva gravando |
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Caubi Peixoto |
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Com a Rainha do Chorinho : Ademilde Fonseca, em seu apartamento.(RJ) |
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Com Marlene - 2004 - Rio de Janeiro |
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com Gilberto Milfont - 2004 - (Rio de Janeiro) |
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com Angela Maria - 2014 - São Paulo |
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Programa César de Alencar recebe Almira e Jackson do Pandeiro |
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Maestros da Rádio Nacional com Nuno Roland e Orlando Silva |
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Isis de Oliveira, Vitinho, Marlene, Nelson Gonçalves, Emilinha Borba e Carlos Galhardo |
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Cesar de Alencar, Emilinha Borba e Angela Maria |
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O Imortal Rei da Voz : Francisco Alves |
Notas:
(* ) Desde 1978, portanto seis anos após a publicação deste texto,
o estado correspondente é Mato Grosso do Sul, divisão do antigo Estado do Mato
Grosso.
(**) Não confundir com o famoso travesti que atua na TV, cinema e
teatro até hoje.
(***) Atual AMBEV.
(****) Não confundir com outra atriz, de uma geração mais recente e
que vem a ser a irmã da modelo Luma de Oliveira.
(*****) Vem a ser conhecido como o célebre Jacob do Bandolim.
(+) Município do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, é hoje
capital do Estado homônimo.
(++) Compositor e radialista, Almirante integrou, no final dos anos
20, o Bando dos Tangarás, no qual integravam também Noel Rosa e João de Barro
(o "Braguinha").
(+++) João Goulart se tornou presidente depois da renúncia de Jânio
Quadros.