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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Dona Leopoldina

PRINCESA DONA LEOPOLDINA 
A FLOR DO IMPÉRIO QUE TÃO CEDO FENECEU

Sempre tive um grande interesse e uma grande admiração pela memória da Princesa Dona Leopoldina, esta Flor do Império Brasileiro. Uma vida tão curta, mas parecendo um conto de fadas, infelizmente sem um final feliz. A vida de Dona leopoldina é um projeto antigo já, para um documentário, que com certeza será bem interessante de ser assistido. Espero em 2016 poder realizar esse sonho. 


Dona Leopoldina Teresa Francisca Carolina Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon (Rio de Janeiro, 13 de julho de 1847 — Viena, 7 de fevereiro de 1871) era filha do Imperador dom Pedro II e da Imperatriz dona Teresa Cristina. Princesa do Brasil desde seu nascimento, dona Leopoldina renunciou aos seus títulos ao casar-se com Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, assumindo então os títulos de princesa de Saxe-Coburgo-Gota e duquesa de Saxe.

DONA ISABEL E DONALEOPOLDINA

A princesa também foi a segunda na linha de sucessão ao trono do Império do Brasil, mesmo após o casamento de sua irmã mais velha, a princesa dona Isabel, devido às dificuldades desta em gerar herdeiros. Após sua morte prematura, seus dois filhos mais velhos foram reconhecidos como príncipes brasileiros e herdeiros presuntivos da coroa até que dona Isabel tivesse seu primeiro filho. A partir daí, originou-se o chamado ramo de Saxe-Coburgo e Bragança, da Casa Imperial do Brasil.



Nascida às 6h 45min da manhã de 13 de julho de 1847, no Palácio Imperial de São Cristóvão, Leopoldina era a segunda filha de dom Pedro II e dona Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias. Seus avós paternos foram o imperador dom Pedro I e a imperatriz dona Maria Leopoldina e seus avós maternos foram o rei Francisco I das Duas Sicílias e Maria Isabel de Espanha.



Foi batizada na Catedral e Imperial Capela em 7 de setembro de 1847, pelo bispo capelão-mor e diocesano dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo, conde de Irajá e seu nome foi dado em homenagem à avó paterna. Teve como padrinhos seus tios, os príncipes de Joinville, Francisco Fernando de Orléans e dona Francisca de Bragança - representados no ato por C. His de Buthenval (ministro plenipotenciário de Luís Filipe I de França) e Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho, condessa de Belmonte (camarista-mor da imperatriz), respectivamente.

Desde cedo, dom Pedro II tratou de obter para suas filhas uma preceptora. A escolha recaiu sobre a condessa de Barral, indicação da princesa de Joinville, que iniciou suas funções em setembro de 1855. Numerosos mestres foram encarregados de educar as duas jovens, que seguiam um elaborado e rigoroso sistema de estudos vigiado constantemente pelo imperador.



As princesas assistiam a aulas seis dias por semana, das 7h da manhã até 21h 30min. Elas só poderiam receber visitas aos domingos, em festas ou em qualquer outra ocasião determinada pelo imperador. Eram diversas as matérias que estudavam: português e sua literatura, francês, inglês, italiano, alemão, latim, grego, álgebra, geometria, química, física, botânica, história (cujas disciplinas eram divididas por país e por época), cosmografia, desenho e pintura, piano, filosofia, geografia, economia política, retórica, zoologia, mineralogia e geologia.



Dom Pedro II havia encarregado dona Francisca (Princesa de Joinville) de encontrar na Europa dois jovens príncipes que pudessem servir de consortes às suas filhas.

 Na Fala do Trono de maio de 1864, o soberano anunciou o casamento das princesas sem, no entanto, citar nomes de pretendentes.4 Porém, os dois candidatos escolhidos pelo imperador - seu sobrinho, Pedro, duque de Penthièvre, e Filipe, conde de Flandres (filho de Leopoldo I da Bélgica) - recusaram a proposta de consórcio, levando o monarca a optar pelos príncipes Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota e Gastão de Orléans.

Inicialmente, pensava-se em destinar Luís Augusto à Princesa Imperial e Gastão à dona Leopoldina, mas dom Pedro II recusou-se em dar andamento às negociações antes de ouvir a opinião das filhas sobre os pretendentes.7 Em 2 de setembro de 1864 os príncipes desembarcaram no Rio de Janeiro. Nos dias que se seguiram os planejamentos iniciais inverteram-se, conforme registrou dona Isabel:
"Papai desejava essa viagem, tendo em mira nossos casamentos. Pensava-se no Conde d'Eu para minha irmã e no Duque de Saxe para mim. Deus e os nossos corações decidiram diferentemente, e a 15 de outubro tinha eu a felicidade de desposar o Conde d'Eu."



A união de Leopoldina e Luís Augusto foi acertada através de uma convenção matrimonial celebrada entre o imperador do Brasil e Ernesto II, Duque de Saxe-Coburgo-Gota. O contrato previa, em seus artigos 3º, 4º e 5º que, enquanto dom Pedro II não considerasse assegurada a sucessão da princesa Isabel, o casal deveria, entre outras coisas, residir parte do ano no Brasil e ter seus filhos em território brasileiro.

Finalmente, em 15 de dezembro de 1864, dona Leopoldina desposou o duque de Saxe, segundo filho de Augusto de Saxe-Coburgo-Gota e da princesa Clementina de Orléans.8 O casal recebeu uma dotação de 300 contos de réis para aquisição de uma residência no Rio de Janeiro, da qual eles e seus descendentes teriam o usufruto, mas que permaneceria como patrimônio nacional.10 O imóvel escolhido foi um palacete vizinho ao Palácio de São Cristóvão, adquirido em junho de 1865 e batizado como "Palácio Leopoldina".

Três dos filhos dos Duques de Saxe; a partir da esquerda: dom Pedro Augusto, dom José e dom Augusto Leopoldo (1871).


Dez meses após sofrer um aborto espontâneo, dona Leopoldina deu à luz, em 19 de março de 1866, aquele que viria a ser o neto preferido de dom Pedro II, o príncipe dom Pedro Augusto. A partir de então, a princesa passou a viver entre o Brasil e a Europa, sempre retornando à terra natal para o nascimento de seus filhos. Assim foi com dom Augusto Leopoldo e dom José Fernando - nascidos em 1867 e 1869, respectivamente. Quando descobriu-se grávida do quarto filho, ela e o marido decidiram que não voltariam ao Brasil e, em 15 de setembro de 1870, o príncipe Luís Gastão nasceu no Castelo de Ebenthal.

No início de 1871, dona Leopoldina apresentou os primeiros sintomas da doença que a mataria. Os problemas gastrointestinais e a febre, contudo, não foram associados à ingestão da água contaminada que assolava Viena.

 Na segunda semana, porém, a princesa atingiu um estado de prostração preocupante. A febre intermitente, as manchas na pele e a hematoquezia, sintomas clássicos da febre tifoide, surgiram na quarta semana. O quadro evoluiu rapidamente e dona Leopoldina passou a sofrer delírios e convulsões, situação presenciada pela princesa Isabel e pelo conde d'Eu.

 A princesa sucumbiria à doença na tarde de 7 de fevereiro de 1871, aos 23 anos de idade. Clementina de Orléans descreveu a agonia da nora em carta enviada à princesa de Joinville:

"Que a vontade de Deus seja feita, minha boa Chica, mas o golpe é duro e nós estamos bem infelizes. O estado do meu pobre Gusty me corta o coração, soluça cada instante, não come, nem dorme, e é uma terrivel mudança! Ela o amava tanto! E eram tão perfeitamente felizes juntos! Ver tanta felicidade destruída aos 24 anos é horrível!! E estas pobres crianças! Eu te escrevi sábado, e o dia de domingo e o de segunda-feira foram calmos e tranquilos. Ela não abria os olhos: mas ouvia o que se lhe gritava ao ouvido, e certamente reconheceu a voz de sua irmã, pois disse algumas palavras em português. Segunda-feira à noite os médicos acharam uma melhora sensível e nós recobramos a esperança. A noite foi calma, mas pela manhã de terça-feira o peito foi tomado e às 10 horas os médicos declararam que não havia mais esperança, e entretanto eu ainda dela cuidei nesse longo dia passado junto do seu leito, vendo-a tão calma e tão pouco mudada; mas pelas 16 horas a respiração tornou-se mais curta. O abade Blumel recitou a oração dos agonizantes, nós estávamos todos ajoelhados em torno de sua cama, e às 18 horas a respiração cessou, sem que se visse a menor contração de sua fisionomia. Ela estava mesmo bela neste momento, e tinha uma expressão angélica. Agora está deitada num caixão vestida com roupa de seda branca, uma coroa branca e seu véu de casamento na cabeça. Ela não mudou, faz bem olhá-la. Está toda cercada de flores frescas, de coroas enviadas por todas as princesas. Amanhã haverá cerimônia religiosa em casa e ela partirá para Coburgo, onde todos nós acompanharemos, inclusive Gaston e Isabel que são muito bons. Esta última está desesperada. Abraço-te, reza por nós, temos disso muita necessidade. 
Toda tua, Clementina."

Em homenagem à princesa, o imperador Francisco José I da Áustria decretou luto oficial de 30 dias. Após as solenes exéquias celebradas pelo núncio apostólico, monsenhor Mariano Falcinelli Antoniacci, seu corpo foi trasladado para Coburgo, onde representantes de todas as casas reais da Europa assistiram ao seu sepultamento. Seu corpo repousa na cripta da St. Augustinkirche, ao lado dos túmulos de seu marido e filhos.Todos os anos, até 1922, celebraram-se em Viena, missas em sua memória.
A infertilidade da princesa Isabel, herdeira presuntiva da coroa - que só viria a dar à luz um filho após mais de dez anos de casamento e quase quatro anos após a morte da irmã -, incluiu os dois filhos mais velhos de dona Leopoldina na 2ª e 3ª posições da linha de sucessão ao trono brasileiro. Após a morte da mãe, os jovens príncipes foram trazidos pelo avô para serem criados e educados no Brasil. Esta situação tornou a princesa, ainda que de forma involuntária, fundadora do ramo cadete de Saxe-Coburgo e Bragança. Dom Pedro Augusto e dom Augusto Leopoldo somente seriam preteridos da sucessão em 1875, com o nascimento de dom Pedro de Alcântara, príncipe do Grão-Pará.

Títulos de Nobreza:

13 de julho de 1847 a 15 de dezembro de 1864: Sua Alteza, a Senhora Princesa Dona Leopoldina 

15 de dezembro de 1864 a 7 de fevereiro de 1871: Sua Alteza Real a Sereníssima Princesa de Saxe-Coburgo-Gota, Duquesa de Saxe














PALÁCIO DE DONA LEOPOLDINA - RIO DE JANEIRO

PALACIO DE SÃO CRISTOVÃO - RIO DE JANEIRO

PALÁCIO DONA LEOPOLDINA - RIO DE JANEIRO

TUMULO DE DONA LEOPOLDINA

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